1.
Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz;
2.
Dedicação intensificada -
com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia
(imediatismo);
3. Descaso
com as necessidades pessoais -
comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
4. Recalque
dos conflitos -
o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando
ocorrem as manifestações físicas; apesar da dificuldade de diferenciar a
síndrome de outros males, pois ela se manifesta de forma muito variada.
5. Reinterpretação
dos valores -
isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização:
lazer, casa, amigos, e a única medida da autoestima é o trabalho;
6. Negação
de problemas -
nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou
com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e
agressão são os sinais mais evidentes;
7.
Recolhimento e aversão a reuniões (antissocialização);
8.
Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade
de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
9.
Despersonalização (evitar
o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados etc);
10. Vazio
interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
11.
Depressão -
marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
12. E,
finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que
corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de
emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência.
Nestes casos,
a vida vai adquirindo ares de uma miséria emocional, as relações
passam a ficar superficiais e com uma baixíssima troca afetiva, e mesmo as que
ocorrem se tornam insatisfatórias. Assim, quando as coisas chegam a este ponto,
muitas vezes faz-se necessária a intervenção de um profissional qualificado. A
orientação psicológica online atua em um sentido preventivo às situações de
estresse, buscando auxiliar a pessoa a perceber como constituir defesas
psicológicas em relação às situações que geram o stress, assim como a
identificar quais os recursos pessoais e emocionais que ainda podem ser
empregados no sentido do enfrentamento das situações estressoras.
“Estudos
demonstram que trabalhadores ligados as áreas sociais, de saúde e educação
apresentam uma maior propensão ao desenvolvimento da síndrome de Burnout devido
ao forte desgaste emocional e a falta de reconhecimento social e financeiro
destas profissões.” (Cordes
e Doherty, 1993). Porém, percebe-se que o alto nível de exigência, seja na vida
pessoal ou profissional pode acarretar os sintomas descritos acima em
diferentes níveis. Enquanto diversos estudiosos defendem que Burnout refere-se
exclusivamente a uma síndrome relacionada à exaustão no trabalho, outros a
percebem como um caso especial de depressão clínica mais geral ou apenas uma
forma de fadiga extrema.
Assim, reconhecer os seus sinais e sintomas é fundamental no sentido de reverter este processo antes do despertar de uma crise, ou do colapso como diz Freudenberger. A palavra exigência é uma peça chave na compreensão destes casos. Desde depressões moderadas até o último estágio da síndrome de Burnout existe uma série de escolhas e decisões, conscientes ou não, no sentido de alguns objetivos de vida. Refletir e avaliar os seus objetivos e expectativas, assim como reavaliar o nível de exigência em relação a metas pessoais e profissionais, faz parte do tratamento de casos de estresse dos mais moderados aos mais agudos.
O autoconhecimento é
outro elemento importante no tratamento destes casos, uma vez que o
reconhecimento de seus pontos fortes, assim como os mais vulneráveis, permite o
estabelecimento de estratégias de enfrentamento contra os estímulos
estressores. O autoconhecimento também auxilia na compreensão das motivações em
relação aos níveis elevados de exigência. A experiência clínica indica que a
necessidade de reconhecimento profissional e aceitação social exacerbadas
refletem baixos níveis de autoestima e uma forte necessidade de autoafirmação.
Muitas vezes
isso ocorre devido ao desalinhamento dos valores pessoais em relação à vida
profissional. Alguns estudiosos descrevem o fenômeno de Burnout como uma síndrome
relacionada a ausência de personalização no trabalho. Ou seja, a pessoa deixa
de se reconhecer no seu trabalho. Desta forma, o autoconhecimento
permite a conscientização dos valores pessoais a fim de aplicá-los de maneira
assertiva na vida profissional. Isto é uma maneira de reduzir a necessidade de
reconhecimento e autoafirmação, agindo preventivamente contra os sintomas do
estresse e do Burnout em casos mais extremos.