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Como conversar sobre depressão?

Durante todo o mês de Setembro, ressaltamos a necessidade de conversar sobre a depressão. No texto de hoje, daremos algumas dicas sobre como ter essa conversa e que tipo de cuidados você deve tomar se tiver casos entre seus familiares e amigos.

A primeira coisa que devemos levar em consideração é que a depressão é uma doença séria, que pode inclusive levar à morte em situações mais graves, seja pela falta de motivação em si, o que leva o indivíduo a não se alimentar e não cuidar de sua própria manutenção causando outros problemas, seja por tentativas de suicídio. Dessa forma, é importante que não evitemos o assunto e, principalmente, que não o tratemos com indiferença.

Nas palavras do Dr. Everton Sougey, psiquiatra, ex-presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria e professor da Universidade Federal de Pernambuco, "a depressão é uma doença de base neuro-química em que os circuitos neurais responsáveis pelas funções do ânimo, disposição, humor, julgamento e do pensamento estão alterados, fazendo com que o indivíduo depressivo tenha comprometidos o seu raciocínio (que fica mais lento e com dificuldades de entender as coisas) e suas ideias, que ficam distorcidas vendo somente o lado negativo das coisas. Isso acontece porque, no cérebro da pessoa, há uma escassez de serotonina, uma baixa na regulação de vários neurotransmissores como o da dopamina. A pessoa então passa a acreditar que ela não é tão importante, ela se incrimina, tem a autoestima diminuída, se sente desesperançosa com relação ao futuro e pode ter ideias de tentar acabar com esse sofrimento por conta própria de formas erradas, como é o caso do suicídio."

Como dissemos em textos anteriores e o Dr. Sougey corrobora, trata-se de um quadro clínico de origem fisiológica e não uma "frescura". Dito isso, é fundamental que, no momento dessa conversa, não haja preconceito a respeito da doença.

O papel dos amigos e familiares é extremamente importante nesses momentos. Então, sempre que surgir a oportunidade, converse a respeito para que as pessoas próximas a você percebam que estarão amparadas caso sejam acometidas por esse mal.

Como nos diz o Dr. Fábio Lessa Peres, psicólogo da equipe Psico-Online, "não existe uma maneira ideal de conversar sobre esse assunto mas deve-se expressar que não há preconceito e estar pronto para ouvir e acolher o sofrimento humano nas suas mais diversas formas de expressão, seja emocional, físico, social, material ou psicológico. Esteja sempre pronto para ouvir e ajudar a pensar em uma solução. Para que está de fora, muitas vezes, tudo pode parecer mais fácil mas, para alguém que está preso em si mesmo, uma palavra ou um gesto pode significar muito."

Dessa forma, seguem algumas dicas na hora de conversar com uma pessoa que esteja passando por um quadro de depressão:

1. Mantenha a calma, ouça atentamente e responda com base no que a pessoa está falando.
Acolher significa "oferecer um refúgio". “Na hora de acolher, é preciso respeitar o tempo do paciente, manter-se sensível, empático e acompanhá-lo sem pressa. Para isso é importante focar na pessoa, seus sentimentos, valores e possibilidades”, explica Roberto Gellert, presidente do Centro de Valorização da Vida (CVV).

2. Não se coloque como referência de comportamento.
Evite dar exemplos de situações em que você agiu daquela forma e as coisas funcionaram para você. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra.

3. Tente fazê-la refletir sobre a situação.
Encorajar a pessoa a pensar no futuro, seus objetivos e desejos é importante nesse momento mas cuidado para não afirmar coisas que façam com que ela se sinta pior. Evite apontar coisas negativas a respeito do comportamento da pessoa.

4. Leve ajuda até a pessoa ao invés de esperar que ela a procure por conta própria.
Não espere que a pessoa depressiva procure ajuda por conta própria pois isso é muito difícil para alguém com dificuldades de motivação. Haja por ela e leve-a a um profissional, que poderá auxiliar de maneira mais eficiente e duradoura.

Se você precisa conversar, em total sigilo com pessoas preparadas para atendê-lo, ligue para o CVV no número 188, é gratuito, ou converse por e-mail ou chat, 24 horas por dia, todos os dias. Mais informações em: https://www.cvv.org.br/

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Atendimento: Fábio Lessa Peres

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